16 de março de 2009

Desaventuras no jornalismo

por Justino Jesus da Paz

Pois bem, após algumas brigas com esse negócio todo aqui, eis meu segundo texto. Como eu falei antes, meu nome é Justino Jesus da Paz, amigo do proprietário dessa birosca, que está postando em caráter extraordinário para "recuperar o meu eu lírico", vulgo encher linguiça enquanto o João não pode. Grande coisa ter encontrado o cara depois de tanto tempo e ele me mandar escrever aqui, francamente.

Mas já que não tem muito o que fazer, vou escrever, afinal 'Justino escreve'. Vou contar a vocês o que me levou a me tornar jornalista. Para quem não sabe eu sou jornalista. Sou formado numa faculdadezinha mequetrefe que não vale a pena citar, principalmente porque não me ensinou nada do que faço hoje. Mas enfim, a única coisa que eu sabia fazer mais ou menos direito quando pequeno era escrever. A professora até elogiava os meus textos e falava que eu era uma criança criativa nas reuniões de pais e mestres. Minha mãe quando lia os textos achava no máximo bacana e meu pai claramente gostava mais de ler o jornal. Minha vó é quem deu trela e falou "aposto que um dia você vai ser um grande jornalista". Ela não falou escritor porque não queria que eu passasse fome. E deu no que deu.

Amarguei alguns anos de faculdade, regado a muita festa e tranqueiras, como todo bom universitário faz (se você não é, recomendo que entre na faculdade por esse motivo). Não vou dizer que foi ruim, vai. Aprendi a bolar baseados e corrigi alguns erros de português grotescos que eu cometia. Dei uma melhoradazinha no estilo com auxílio de alguns professores que realmente se preocupavam comigo. Estagiei na redação de um grande jornal daqui de São Paulo e outra de uma revista feminina de homem pelado. É, eu tava precisando bastante do dinheiro.

Na tentativa de impor minha visão crítica de mundo, voltei as redações de grandes jornais, mas não mais como o garoto que passa o café ou tira xerox, e sim como o redator. Mas tomei no cu: meu chefe queria que eu escrevesse exatamente como ele pensa. Sabe como é, se eu não escrever como ele pensa, que é como o chefe dele pensa, ele se fode e eu vou junto na roda. Enfim, fiquei desgostoso com isso. Não posso nem me expressar como eu quero nessa merda de profissão. Talvez na revista de homem pelado as pessoas me ouçam mais do que nessa bosta de redação.

2 comentários:

Daniela Yoko Taminato disse...

Fiquei feliz em saber que já em parte conhecia Justino mais do que imaginava. E feliz por ter conhecido o João!

Érika Mitie Honda disse...

Então veja bem como é ótimo poder escrever aqui! Escreva aqui oq vc pensa e não o q os outros pensam ou oq os outros querem que vc pense. Acredito que boas lembranças surgirão.

Qto ao blog. Pq não chamá-lo de agora em diante de 'J escreve'?