11 de agosto de 2009

Paulista e tabagista

por Justino Jesus da Paz

Eu fico pensando em fazer meu próprio blog e deixar esse espaço pro colega, mas toda vez que me passa esse pensamento eu acredito estar metendo a faca nas costas dele. Ninguém saberia que eu existo (não que muita gente saiba) se não fosse o 'João escreve...'. Aí vendo os textos do autor principal e a frequência que ele posta, me dá dó de querer fazer um espaço pra desbancar o coitado e o blog ficar às moscas. Pelo sim pelo não, vai aqui mesmo.

Fica aqui registrada a minha profunda insatisfação com essa merda de lei que baixaram em São Paulo: agora é proibido fumar em lugares fechados. Mesmo os lugares mais ou menos fechados não dá pra fumar. Pros não-fumantes com certeza está sendo uma maravilha e eu até apoio em certo ponto: tem certos lugares onde você entra Victoria's Secret ou Tommy Hilfiger e sai Marlboro, Carlton ou aquelas porcarias de cravo ou mentoladas.

Definitivamente não é agradável ficar respirando a fumaça que passou pelo pulmão alheio (veja bem, na hora do rush o transporte coletivo não é tão diferente), mas puta que o pariu: eu tenho que descer dois lances de escada pra ir fumar uma porra de um cigarro. Fumo na rua, na chuva, na fazenda e tenho que voltar pra redação, subindo os mesmos dois lances de escada que acabei de descer. Fico totalmente sem ar e o nervoso me faz querer fumar outro cigarro. Se queriam que os fumantes se exercitassem, estão conseguindo: acredito que minhas pernas até engrossaram de tanto sobe/desce.

Comecei a fumar não pelo glamour dos filmes ou dos comerciais de cowboy, mas porque a vida me preparou para o cigarro. Sempre fui estressado com as merdas todas que aconteciam comigo (já compartilhei umas com vocês) e a única maneira de me controlar foi pelo cigarro, já que o maracujá e a camomila não faziam mais efeito (aliás, passei a odiar os dois) e os tarjas pretas do mercado não costumam sair barato.

Fumo muito, algo entre dois e três maços por dia. Só assim pra aguentar toda a pressão dessa vida paulistana. E São Paulo além de me deixar assim, puto com tudo, agora quer que eu não me tranquilize, ou tenha que fazer um fitness básico para tal. Pra sorte do estado e dos colegas, não vai demorar muito pra lei fazer efeito e diminuir o número de fumantes na cidade. Com a frequência que eu tenho fumado, não demoro a bater as botas.

5 comentários:

Daniela Yoko Taminato disse...

comida aos que tem fome. ar puro aos não-fumantes. paracetamol aos que doem. exercícios aos pulmões deteriorados. Rumo a um novo mundo! :)

Fabio Machado disse...

Eu chamo esse fenômeno de "Efeito das maiorias". Um dia os fumantes devem ter sido maioria (não posso afirmar) e as leis os privilegiavam, hoje certamente eles são minoria e - voilà - as leis mudaram.
Eu NUNCA sequer experimentei um cigarro na vida, mas entendo que a lei nova deve ser desagradável pros fumantes, assim que foi por muito tempo desagradável pros não-fumantes conviver inadvertidamente com a fumaça alheia. É complicado ser minoria...

Daniela Yoko Taminato disse...

uhhnn A-DO-REI a cara nova do espaço!!!

aline naomi disse...

Desculpe, mas não entendo a sua revolta.

Se a maioria dos fumantes tivesse um pouco mais de respeito pelos não-fumantes, provavelmente não haveria lei para regulamentar o comportamento dos fumantes.

Fica a dica: pare de fumar - é o melhor que você pode fazer por você/pela sua saúde e pelos outros. Fora que vai economizar uma boa grana todo mês...

A vida "estressante" de São Paulo não justifica o ato de fumar. Se fosse assim, praticamente todos recorreríamos ao cigarro para aliviar a tensão do dia a dia...

Anônimo disse...

Vc deveria viajar mais... já pensou em trabalhar no interior? :)

Po, eu nao quero mais voltar para SP. SP agora só fim de semana, só passeios gastronômicos e visitas a Liberdade.

Ar puro, verde, silêncio... só não reclama quem não tem!