22 de outubro de 2007

Cumpleaños

Como sempre, aquele famoso texto de transição do hoje e do 20 de outubro do ano passado. A motivação para escrever é justamente poder análizar tudo o que se passa de um ano para o outro, poder quantificar e qualicar o que mudou em minha vida. Pensamos: passou tão rápido. Mas é fato que nessa passagem rápida de um ano para o outro, temos 365 dias vividos com maior ou menor intensidade. É mais ou menos isso que quero recuperar nessas linhas: os picos de felicidade e tristeza e fazer toda uma análise desse gráfico complicado e irregular.

Posso descrever esse período claramente como tempos em que deixei a escrita de lado. Não por falta de paixão, mesmo porque ficar assim, de frente para o computador escrevendo sobre uma besteira qualquer simplesmente me apaixona. Mas dei espaço para coisas novas aparecerem e acontecerem. Acho fundamental para quem escreve ter repertório sobre o que escreve, e isso me fez muita falta em certos pontos da minha vida. Gosto de fantasiar, mas preciso de um toque de veracidade no que escrevo, principalmente quando o objetivo é escrever uma verdade de uma forma diferente.

Conheci muitas pessoas. Integrei-me e me entreguei totalmente a equipe de atletismo da faculdade, que virou minha paixão por um bom tempo. Ainda na faculdade, conheci os bixos desse ano. Pena não conseguir conversar tanto com eles quanto eu gostaria. No trabalho voluntário, conheci muitas e muitas pessoas. E em tão pouco tempo, todas essas pessoas ganharam uma notoriedade maior e menor. Nunca esquecer dos meus bons amigos, que tiveram de brigar bravamente dentro do meu coração para conseguir um espaço na minha agenda apertada.

Acho que talvez o grande destaque dessa fase de transição tenha sido justamente o trabalho voluntário. Sempre tive uma vontade imensa de mudar o mundo para melhor, em fazer algo diferente do famoso discurso de que devemos cuidar do mundo em que vivemos. E foi nessas várias experiências ao longo desses meus 22 anos que eu pude perceber o quão gratificante é para si mesmo poder ajudar o outro e o quão agraciados nós somos, com as nossas vidas que por vezes achamos medíocres. Foi ajudando o outro que pude rever valores e colocar em prática os valores que foram forjados ao longo do tempo, baseados no princípio de coletividade e responsabilidade social.

No coração não foi o ano mais feliz. Senti-me mais covarde. Não fui capaz de grandes loucuras de amor, principalmente porque fiquei cada vez mais decepcionado com o mundo. Nasci com um coração de um século ou mais de atraso. Penso muito a respeito do romantismo tão particular em mim e tento imaginar se serei feliz (de novo) com alguém ao meu lado. Fico chateado com as pessoas que me cercam e com a maneira que usam seus corações. Fui testemunha indireta de traições, separações, brigas. Fica difícil imaginar se aos 23 conseguirei ser mais feliz nesse quesito.

O saldo dessa conturbada entrada nos 23 anos de vida é mais do que positiva. Senti-me mais vivo, senti-me mais feliz e aprendi, sobretudo, a controlar um pouco mais meu coração sobre as mais diversas questões. Tenho medo de ter ficado um pouco mais alheio a um monte de coisas que eram me antes preocupações fundamentais, mas acredito que tudo isso faz parte do imutável processo de amadurecimento. E a cada ano que passo, percebo que as brincadeiras ficam cada vez mais de lado e a responsabilidade e o aprendizado se tornam nossas principais companheiras. Que venham os vinte e três.

Um comentário:

jpaulo disse...

João!! Você escreve!!
Não sabia...
E pelo que vi escreve bem
Aniversários sempre nos fazem colocar as coisas na balança mesmo. Talvez por isso eu não goste muito deles kkkkkkkk
Mas achei bem legal você ter concluido que o saldo é positivo

Abraços Jão!