8 de outubro de 2007

À procura do estilo perfeito

É necessário de tempos em tempos revisitar algumas das nossas paixões para entender o que nos prende tão profundamente ao que amamos de verdade. E embora meio abandonado o hábito, não pude resistir à pergunta de uma certa Daniela sobre o escrever e me senti obrigado a remontar épocas remotas que remontam uma procura por uma identidade como escritor e poeta.

Tenho muitas motivações para escrever, tudo varia com o momento. Há textos que são retratos do meu dia-a-dia, ou um fato surpreendentemente novo o qual eu faço questão de escrever para mais tarde me lembrar. Escondo meu nome em meio a uma situação, em personagens e cenários fictícios, mas que remontam no seu âmago uma história que, ao repassar os olhos em cada palavra, remonte um momento especial para mim.

Escrevo quando me bate uma idéia. Levam alguns livros, poemas, contos e muita rotina (que tem todo o seu quê de poesia também) até que algo bom de verdade apareça. Gosto de ser criativo e original nas minhas idéias, fazer com que os meus poucos leitores (mas muito especiais!) se deparem com algo surpreendente que os encante e provoque uma discussão sobre aquilo que se acabou de ler, mesmo que subconsciente.

Os poemas, hoje tão raros, escrevo quase sempre pensando em um amor distante que fica quase sempre na distância. Mas nesses poemas, posso me sentir mais perto de quem amo e acreditar que dentro de mim pude cultuar algo que é verdadeiro.

A base de tudo talvez remonte o tema de uma procura por estilo. Escrevo contantemente, em várias formas, para tentar adquirir uma identidade literária. Até algum tempo atrás eu me julgava um conjunto desconexo de recortes de estilo. Já hoje, percebo que tenho algo mais sólido montado sob a base de mim mesmo. Escrever representa para mim, portanto, mas do que um simples ato ou despretenciosa verborragia: é uma maneira de me conhecer melhor como ser humano e, ao mesmo tempo, transmitir a minha visão de mundo impregnada com poesia, na qual acredito de maneira tão forte. Mas essa visão já é uma outra história.

Um comentário:

Vanessa disse...

Eba :D
João postou =D
Já tava até com saudade de suas palavras =P

Estilo perfeito? Sabe que é uma busca inatingível, né? Nem o melhor escritor do mundo conseguiu alcançar.. Porque se ele, por um momento, pensasse que o alcançou, nunca pensaria em se superar e, assim, tornar sua obra cada vez mais completa.
Estilo perfeito? Estilo completo ,talvez. Não que você tenha que ter todos os estilos, mas aí então você vai descobrindo qual se encaixa nos seus dedos, qual satisfaz sua cabeça, qual massageia o seu impulso criativo.
Aí sim, Joãozinho, vc será inteiro em sua imperfeição (e que, cá entre nós, é muito melhor do que ser metade na perfeição)

Beijos!!!
saudadinha!